PANC do Cerrado

O cerrado é um bioma rico em biodiversidade de plantas e animais, tendo inúmeras espécies frutíferas com usos alimentares, medicinais e cosméticos. Segundo Almeida (1998, p. 13-14), mangaba, pequi e buriti se destacam na presença de vitamina C; a amêndoa de baru, além de ser rica em cálcio, magnésio, fósforo, tem grande potencial madeireiro, é ornamental pelas bonitas folhagens e ainda pode ser utilizada na nutrição animal; o uso do pó do fruto da lobeira é indicado para combater a diabetes; pomada de mamona para combater a vitiligo; a casca da mutamba utilizada na recuperação da queda dos cabelos, evitando caspa e seborreia.

"Do ponto de vista econômico, o Cerrado representa grande pomar, jardim e farmácia e também é lar de inúmeras espécies de animais, de modo que a maior ameaça à sua preservação é seu desconhecimento e desvalorização". (KUHLMANN, 2018, p. 8).

Sobre a extensão do Cerrado e a diversidade de espécies de plantas podemos afirmar que:

"O bioma cerrado ocupa uma área nuclear de cerca de 204 milhões de hectares e abrange os estados da Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Tocantins e o Distrito Federal. Recentemente, estimou-se que cerca de 6200 espécies de plantas vasculares nativas, ocorrem nessa região". (ALMEIDA, 1998, p. 15)

Outro fator que este bioma exerce de grande importância é em relação ao papel fundamental dos recursos hídricos na porção central do país:

"O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro em extensão, com cerca de 204 milhões de hectares, ocupando aproximadamente 24% do território nacional. Sua maior parte está localizada no Planalto Central Brasileiro que, conforme sua denominação, compreende regiões de elevadas altitudes, na porção central do país. Assim, o espaço geográfico ocupado pelo bioma Cerrado desempenha papel fundamental no processo de distribuição dos recursos hídricos pelo país, constituindo-se o local de origem das grandes regiões hidrográficas brasileiras e do continente sul-americano, fenômeno apelidado de "efeito guarda-chuva”". (LIMA, 2011, p. 1)

Em relação às espécies nativas de frutíferas, Almeida (1998, p. 11) afirma que das 26 espécies, cujas frutas são utilizadas no cardápio da população regional, através de feitios de doces, geléias, mingaus, pães, bolos e licores. São elas: ananás, araticum, baru, buriti, cagaita, cajuí, coquinho azedo, gabiroba, guapeva, gueroba, jaracatiá, jatobá, jenipapo, lobeira, macaúba, mama-cadela, mangaba, maracujá-do-campo, marmelada-de-cachorro, murici, mutamba, pêra-do-cerrado, pimenta-de-macaco, pequi e pitanga. Frutas disponíveis durante as duas estações do ano do Cerrado, e são fontes alternativas de proteínas, fibras, energia, vitaminas, calcio, ferro, fósforo e ácidos graxos.

Com vasta extensão territorial, importantes recursos hídricos que auxiliam na produção anual de inúmeros frutos, por que não divulgar a população geral estes alimentos tão ricos e nutritivos? Por que não oferecer a possibilidade de produção de diferentes preparações? Por que não facilitar a divulgação destas PANC do Cerrado?