Figura 01 - Alho Nirá.

Figura 01 - Alho Nirá.

Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANC



PANC, segundo Kinupp e Lorenzi (2014), é o acrônimo para contemplar as ‘Plantas Alimentícias Não Convencionais’, ou seja, plantas de uso alimentício, desprezadas no uso do dia a dia pela grande maioria da população de uma região, país ou planeta, uma vez que a alimentação básica é muito homogênea, monótona e globalizada, tendo no Brasil cerca de 3.000 espécies.

As PANC segundo Kinupp(2007) possuem diversas utilizações na alimentação humana, destacando-se:

  • Uma ou mais partes comestíveis: raízes, tubérculos, bulbos, rizomas, cornos, talos, folhas, brotos, flores, frutos e sementes.
  • Produzem látex, resina e goma.
  • Usadas para obtenção de óleos e gorduras comestíveis.
  • Especiarias, espécies condimentares e aromáticas.
  • Substitutas do sal, como edulcorantes, amaciantes de carnes, corantes alimentares.
  • Fábrico de bebidas, tonificantes e infusões.

Espécies Brasileiras

%

Agrotóxico

%

Saudável

%

Incentivo a Agricultura Familiar

Autores

PANC DO CERRADO

KELEN, Marília Elisa Becker.

Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC): Hortaliças Espontâneas e Nativas. 1. ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015. 44 p. v. 1. ISBN 978-85-66106-63-3.

De acordo com Kelen (2015) culturalmente a nossa alimentação é baseada em uma curta parcela de alimentos, sendo que 50% das calorias consumidas no mundo são provenientes de quatro espécies de plantas, e 90% dos alimentos são de 20 tipos de plantas.

RANIERI, Guilherme Reis.

Guia prático sobre pancs: plantas alimentícias não convencionais. 1. ed. São paulo: Instituto kairós, 2017. 44 p. v. 4. ISBN 978-85-99517-08-6.

Por conseguinte, é apontada por Ranieri (2017), a importância de voltar a consumir estas plantas que hoje não são vistas como alimentos, evitando assim o desaparecimento, e ajudando no resgate do conhecimento dos pequenos agricultores que detêm essa sabedoria da roça, garantindo através da resistência delas, a produção variada, obtendo alimento saudável, disponível o ano todo e com baixo custo.

KINUPP, V. F. & LORENZI, H.

Plantas Alimentícias Não convencionais (PANC) no Brasil. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.

O desdém com ingredientes clássicos (tradicionais) que caíram em desuso, segundo apontam Kinupp e Lorenzi (2014), seja pela falta de interesse, desconhecimento ou escassez de matéria-prima, por sua vez ligadas à formação sólida e do não repasse de técnicas dos cozinheiros profissionais e utilização pela população em geral, sendo que, quando há o interesse pela pequena parte que contém conhecimento e deseja aplicá-lo, é impedido pela falta do produto. Fomentando assim a produção e o extrativismo para que estes produtos cheguem ao consumidor urbano e rural, pois vivemos sob grandes impérios agroalimentares e fortes enlatados culturais.

VIANA NETO, Alcyr Alves.

Panc na cozinha vegana. 1. ed. Porto Alegre: Buqui, 2021. 176 p. v. 1. ISBN 978-65-86118-87-2

Parte significativa das pessoas que optam pela utilização das PANC, segundo Viana Neto (2021), possuem uma visão crítica em relação à forma que os biomas estão sendo tratados, como por exemplo, o Cerrado, quase em extinção, portanto, valorizar este tipo de alimento, é enaltecer as floras e faunas nativas, utilizando-se de ingredientes sem agrotóxicos, buscando qualidade de vida, contribuindo com a agricultura familiar, e desempenhando função social significativa.

KINUPP, V. F. & LORENZI, H.

Plantas Alimentícias Não convencionais (PANC) no Brasil. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.

Incentivar as políticas de Estado, pesquisa e o comércio podem contribuir diretamente com a utilização das PANC, pois segundo Kinupp e Lorenzi (2014), precisamos rever a nossa bioparanoia, e precisamos, como política de Estado, fomentar a pesquisa e subsidiar, cultivos e manejos de PANC nativas, criando condições para comercialização e inserção destas espécies no mercado e inclusive na merenda escolar, pois as crianças já cresceriam educando seu paladar, o que podemos chamar de cantinas pedagógicas.


Referências

Figura 01: Fotografada por - Jefferson Carlos Sanches de Faria

Figura 02: https://www.gratispng.com/png-4u4nu9/download.html

Figura 02 - Referências. Figura 02 - Referências.