Figura 01 - Sujeitos da EJA.
Figura 01 - Sujeitos da EJA.

Sobre os Sujeitos da EJA



Concepções


De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é destinada às pessoas que não tiveram acesso ou permanência no ensino, na idade adequada. Razão pela qual, exista, nessas turmas, uma diversidade de ideias, ideologias, culturas, vivências, conhecimentos específicos, faixa etária, renda familiar, dentre outras especificidades inerentes a este público alvo.

Estes alunos, por saírem precocemente da sala de aula, acabam por apresentar conhecimentos advindos do senso comum, constituídos por meio das rotinas no trabalho, nas atividades repassadas pela família e em demais interações sociais nos quais estão inseridos, obtendo, assim, a aplicação imediata dos conhecimentos adquiridos diariamente.

Deste modo, para este público retornar à sala de aula é necessário adequar todos os elementos envolvidos no processo educacional. Castro (2011) aponta a necessidade em repensar o ato educativo e do seu potencial de mudança na realidade pessoal e coletiva dos sujeitos envolvidos, sejam eles educadores ou educandos. Considera também que:

"Esse tipo de educação deve considerar sempre os interlocutores da ação educativa: a sua história, a sua identidade, a sua cultura, os seus saberes e a assunção dos lugares que ocupam na sociedade. Neste sentido, a mudança se faz com sujeitos concretos e históricos. Que, independente das formas hegemônicas de organização da sociedade, produzem, compreendem, interpretam a vida e dão respostas aos desafios por ela colocados. Refere-se a uma educação que não preconcebe os sujeitos, ao contrário, dialoga com o que são e como estão. Isto porque mudar é, também, abrir-se aos outros, é se colocar em relação como ponto de partida e de chegada. É ver os limites, mas fundamentalmente, as possiblidades desses sujeitos". (CASTRO, 2011, p. 130)

Portanto, percebemos que a escola cumpre papel fundamental em compreender toda a historicidade envolvida na vida dos alunos da EJA, os quais contêm em sua bagagem pessoal conhecimentos necessários para o processo de construção, pois:

"Todo novo conhecimento implica um conhecimento anterior. Esse movimento não se realiza pela simples consideração dos conceitos em sua expressão formal, mas na possibilidade de perceber as múltiplas relações que configuram uma totalidade. Se o processo de re(construção) do conhecimento exige que sejam dados a conhecer os conceitos já elaborados sobre a realidade, a escola cumpre a função de socializa-los e difundi-los, tanto em benefício da própria ciência quanto pelo direito de todos os cidadãos terem acesso aos conhecimentos produzidos". (FRIGOTTO, CIAVATTA, RAMOS, 2013, p. 118)

Por fim, FRIGOTTO, CIAVATTA, RAMOS (2005, p. 97) aponta que a identidade da escola, servidores e alunos é formada por um processo dinâmico, sujeito diariamente a transformações relativas às novas vivências e às relações que estabelecem, reproduzindo, assim, por esses sujeitos sociais, através desta realidade vivenciada, “um lugar de memória”.


Referências

Figura 01: http://coletivoepa.pbworks.com/f/1287534635/eja.jpg

Figura 02: https://dtcom.com.br/wp-content/uploads/2017/05/objetos-aprendizagem-destaque.png

BRASIL: BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf. Acesso em: 28 jul. 2022.

CASTRO: CASTRO, Mad„ana Desiree Ribeiro de. O Processo de implantação e implementação do proeja no IFG - Câmpus Goiânia: contradições, limites e perspectivas. Orientador: Maria Margarida Machado. 2011. 244 p. Tese (Doutorado em educação) - Universidade federal de Goiás, Goiânia, 2011.

FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS : FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria, RAMOS, Marise (orgs). Ensino Médio Integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005. (p. 83-105)

FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS : FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria, RAMOS, Marise (orgs). Ensino Médio Integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2013. (p. 106-127)

Figura 02 - Referências. Figura 02 - Referências.