Figura 01 - Objetos de Aprendizagem.
Figura 01 - Objetos de Aprendizagem.

Objeto de Aprendizagem (OA)



Características


Com o crescimento da Internet, o surgimento de diversos tipos de dispositivos tecnológicos, o distanciamento social obrigatório advindo da pandemia, a velocidade de acesso e quantidade de informações que chegam aos alunos diariamente, notou-se a necessidade de repensar o processo educacional como um todo, buscando através de sua evolução, o aprimoramento a forma de ensino e aprendizagem através dos conteúdos educacionais e suas abordagens.

Nota-se assim, o aumento expressivo das produções de materiais educacionais como softwares, jogos simulações, imagens, vídeos, dentre outros, e Braga (2014) nos aponta que além desta dificuldade nas buscas pelo número expressivo de materiais, outro fator que vale destacar, é que muitos destes produtos foram desenvolvidos em grandes blocos, como vídeos e aplicativos, que tratam de diversos conteúdos, dificultando a vida do professor ao tentar utilizar, pois não tem aplicabilidade nas necessidades específicas a serem atendidas.

Portanto, pensou-se na padronização destes materiais, através do conceito de Objetos de Aprendizagem. Trata-se de qualquer entidade, digital ou não, que possa ser referenciada e reutilizada em atividades de aprendizagem. (TORI, 2010, p. 112).

Para se trabalhar com Objeto de Aprendizagem, segundo Tori (2010), temos dois grandes desafios:

  • Combinação: é o processo de montar e sequenciar as atividades de aprendizagem, ou de novos Objetos de Aprendizagem, a partir de blocos reutilizáveis;
  • Granulidade: é o tamanho do Objeto de Aprendizagem. Quanto mais alta a granulidade, menor e mais simples é o objeto, que terá por consequência, mais oportunidades de ser reutilizado;

No que se refere à organização destes objetos, Braga (2014) aponta que estes são catalogados e disponibilizados em repositórios na Internet, para serem reutilizados no ensino, e podem ser classificados como:

  • Imagem: imagem digital que poderá ser utilizada para apoiar a aprendizagem;
  • Áudio: faixa de som, atuando sozinho, desde que seja utilizado para a aprendizagem;
  • Vídeo: gravação de imagens sequenciais em movimento, compostas por fotos, que resultam em uma imagem animada, apoiando a aprendizagem;
  • Animações: sequências de imagens geradas individualmente, acompanhadas ou não de som, apoiando a aprendizagem. Podendo ser manuais (imagens desenhadas à mão e digitalizadas para o computador); stop-motion (imagens criadas e pequenos movimentos são feitos a mão, sendo fotografados individualmente) animações computacionais (criadas digitalmente e manipuladas pelo computador);
  • Simulação: animações que representam um modelo da natureza, uma técnica de estudar comportamentos e reações de sistemas específicos por meio de modelos;
  • Hipertexto: páginas da internet, utilizadas como apoio ao aprendizado;
  • Softwares: programas de computadores que executam determinadas tarefas e resolvem problemas de formas específicas;

Para a utilização destes objetos em sala de aula, segundo Braga (2014), é fundamental que o professor selecione o tipo de OA que seja adequado para o que ele deseja abordar e para os objetivos de aprendizagem que ele deseja alcançar, portanto, o OA tem o objetivo a complementar o ensino, estando associado a uma estratégia pedagógica.

Quanto às características de um Objeto de Aprendizagem, temos duas perspectivas, segundo Braga (2014), a primeira, pedagógica, e a segunda técnica. Quanto às características pedagógicas, que visam à aquisição do conhecimento, destacam-se:

  • Interatividade: indica se existe suporte as consolidações mentais, permitindo o aluno a reagir com o OA de alguma forma, podendo ver, escutar ou responder algo;
  • Autonomia: indica se o OA apoia a iniciativa e tomada de decisão;
  • Cooperação: indica se existe suporte para os alunos trocarem de opiniões e trabalhar em equipe sobre o conceito apresentado;
  • Cognição: refere-se às sobrecargas cognitivas alocadas na memória do aluno durante o processo de ensino-aprendizagem;
  • Afetividade: refere-se aos sentimentos e motivações do aluno com sua aprendizagem e durante a interação com o OA;

Quanto às características técnicas, que visam à concepção do OA, destacam-se:

  • Disponibilidade: indica se o OA está disponível para ser utilizado;
  • Acessibilidade: indica se o OA pode ser acessado por diferentes tipos de usuários (idosos, deficientes visuais, etc.), em diferentes lugares (com e sem acesso a Internet), por diferentes dispositivos (computadores, celulares, etc.);
  • Confiabilidade: indica se o OA não possui defeitos técnicos ou problemas no conteúdo pedagógico;
  • Portabilidade: indica se o OA pode ser instalado em diversos ambientes;
  • Facilidade de instalação: indica se o OA pode ser facilmente instalado (caso necessite);
  • Interoperabilidade: refere-se à medida de esforço necessário para que os dados do OA possam ser integrados a vários sistemas;
  • Usabilidade: indica a facilidade de utilização do OA por seus usuários;
  • Manutenibilidade: refere-se a medida de esforço necessária para alterar o OA;
  • Granulidade: refere-se a extensão Á qual um OA é composto por componentes menores e reutilizáveis;
  • Agregação: indica se os componentes do OA podem ser agrupados em conjuntos maiores;
  • Durabilidade: indica se o OA se mantém intacto quando o repositório que é armazenado sofre problemas técnicos ou mudanças;
  • Reusabilidade: indica as possibilidades de reutilizar o OA em diferentes contextos ou aplicações;

Vale destacar ainda, segundo Braga (2014), que nem todo OA apresenta todas as características acima listadas, mas, quanto mais características ele apresentar, maior a sua capacidade de reutilização, e maior a chance de ser aplicado em diversos contextos para a aprendizagem.


Referências

Figura 01: Fonte Própria - Logo PANC do Cerrado

Figura 02: https://dtcom.com.br/wp-content/uploads/2017/05/objetos-aprendizagem-destaque.png

BRAGA: BRAGA, Juliana Cristina. Objetos de Aprendizagem: introdução e fundamentos. Santo André: Editora da UFABC, 2014. 148p. v.1.

TORI: TORI, Romero. Educação sem distância: As tecnologias interativas da redução de distâncias em ensino e aprendizagem. São Paulo: Editora Senac, 2010. 258 p. ISBN 978-85-7359-921-3.

Figura 02 - Referências. Figura 02 - Referências.